"Onde eu estava por..." José Manuel Pereira de Almeida
Março de 1974, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Finalmente, ao quarto ano, estudava a doença. Anatomia patológica, cadeira que tinha tido no ano anterior, era para mim revelação e entusiasmo. Depois de três anos a estudar o ‘normal’, aquelas aulas serviam de aperitivo ao que iria fazer na minha vida. De tal maneira me seduziram que acabei seguindo a especialidade.
Eram tempos academicamente estimulantes, que reforçaram a minha vontade de ser médico. A vocação presbiteral, percebia na altura, deveria esperar por outra maturidade, necessária à compreensão de um desafio e de uma decisão radicais.
Em março de 1974 tinha 21 anos. Ao interesse pelo curso, juntava-se a efervescência intelectual e cívica alimentada em algumas paróquias da cidade. Nas vésperas da revolução, a paróquia era um lugar muito interessante. Mas, funcionando como um ovo, percebia-se que para podermos crescer tínhamos de o quebrar. Na paróquia de São Sebastião da Pedreira, a minha, o padre Mário Correia estimulava debates entre jovens. Uma ideia de pastoral juvenil chegava de Roma com o padre António Janela. A liberdade vivida no Centro de Animação Pastoral Juvenil funcionava por oposição ao espartilho que tinha significado a Mocidade Portuguesa. “Que igreja queremos ser?” era a pergunta essencial, com um gosto pelos estudos bíblicos e por uma Cristologia e uma Eclesiologia renovadas.
Artigo completo disponível no Diário de Notícias.
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