José Miguel Sardica "O Qatar? E não muito longe dali?"
As sociedades ocidentais do “indignómetro” mudam de indignação consoante a causa ou a minoria identitária, cultural, climática, política ou social do momento. Perante o mundial de futebol no Qatar, o politicamente correto colocou o ponteiro do “indignómetro” no vermelho, embora o atropelo aos direitos humanos tenha ali, como noutras petro-ditaduras do Golfo, um lastro que já dura há muito. Acho a indignação justa, sobretudo se nela englobarmos também a corrupta FIFA, e se nos indignarmos retroativamente (hélas…) em relação ao mundial na Rússia, em 2018, ou a outros, anteriores, cujas localizações foram ética e politicamente dúbias.
Entretanto, por estes dias, reparei em notícias que - essas sim - deveriam indignar o mundo, provenientes não do Qatar, mas do Afeganistão, que não lhe fica muito longe e é parte integrante do enorme e complexo mundo islâmico. As esquerdas antiamericanas e anti NATO, com particular destaque para as nossas, portuguesas, andaram anos a fio a denunciar a ingerência de Washington em Cabul como uma guerra suja, iniciada pelo “louco” George Bush contra o poder talibã em 2001, e só resolvida pelo “santo” Joe Biden em 2021.
Artigo completo disponível na Renascença.
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