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José Miguel Sardica: "A branquitude dos números"

Será a matemática racista? Eis a pergunta - ou a afirmação - da polémica do momento no mundo anglo-saxónico, que talvez venha a chegar a Portugal. Tudo começou com a constatação de que nos EUA, negros, latinos, emigrantes e mulheres têm piores notas e menos sucesso em disciplinas ou cursos de matemática do que os rapazes ou homens brancos. Na base desta desigualdade de resultados estarão, decerto, carências educacionais várias, inerentes a cada meio familiar, muito diverso. E porque os problemas matemáticos podem parecer demasiado abstratos, as pedagogias mais práticas já investem na utilização de contextos de vida concretos para humanizar os exercícios. Assim, por exemplo, numa escola de uma zona mais pobre, com maioria de estudantes negros ou emigrantes, o conhecimento dos números e das contas pode fazer-se sobre os salários, a inflação e o nível de vida daquela comunidade. Chama-se a isto aprendizagem contextual ou “problem-based learning”. E faz sentido.

Artigo completo disponível na Renascença.

Jorge Pereira da Silva: "A sobrevalorização do Orçamento"

Assim que Luís Montenegro tomar posse, começará a contar o prazo de dez dias para apresentar o seu programa de Governo na Assembleia.

Este programa será discutido, seguramente muito criticado, mas não terá de ser aprovado. Não fosse a insólita moção que o PCP já anunciou, o programa nem teria sequer de ser sujeito a qualquer votação.

A parte difícil virá certamente depois. Não por causa dos institutos que a Constituição previu como instrumentos de efetivação da responsabilidade política do Governo perante o Parlamento: a moção de censura e o voto de confiança. Há muito que ambos caíram em desuso, porque requerem algo que hoje não abunda na vida política portuguesa: “coragem política”. Assumir a responsabilidade por derrubar o Governo, formar uma alternativa governativa e eventualmente apresentá-la aos eleitores.

Artigo completo disponível no Jornal Económico.

Egor People & Change tem novo director-executivo

Pedro Branco assume a direcção executiva da nova chancela do Grupo Egor que visa dinamizar as actividades de executive search, coaching, mentoring e desenvolvimento pessoal, e incrementar os níveis de negócios internacionais da Egor, nomeadamente nos países de expressão portuguesa. 

(...)

É docente na pós-graduação de Gestão Estratégica de Recursos Humanos (Universidade Europeia) e coordenador executivo e professor na pós-graduação de Desenvolvimento Organizacional e Capacitação de Equipas e Pessoas (Universidade Católica Portuguesa).

Nota: Pode ler este conteúdo na íntegra na edição impressa da Human Resources de 1 de Abril de 2024

Católica Porto Business School reúne especialistas em Masterclass sobre financiamento sustentável

A Católica Porto Business School vai contar com especialistas para uma masterclass dinamizada no âmbito dos seus cursos na área de sustentabilidade, a Pós-Graduação em Sustentabilidade e Regeneração e o Curso Executivo de Chief Sustainability Officer.

Com o tema “Sustainable Finance”, esta Masterclass, que decorre no próximo dia 3 de abril pelas 18h30, vai ter como convidados a diretora do Departamento de Estratégia e Execução Climática do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), Maria de Melo, e o diretor da Política de Financiamento Sustentável do BERD, Russell Bishop. A sessão vai ser totalmente falada em inglês.

Em debate estará a visão da atual abordagem do setor financeiro e das empresas em matéria de financiamento sustentável, com partilha de experiências europeias e de outros países.

Artigo completo disponível na Executive Digest.

Paulo Cardoso do Amaral: "A web3 e o futuro do marketing digital (I)"

O marketing está intrinsecamente ligado à comunicação, cada vez mais sustentada nas tecnologias de informação. De cada vez que há uma alteração nos meios de comunicação, o marketing transfigura-se. Assim foi com o aparecimento do marketing digital com a web no final dos anos 90, com a extraordinária evolução das redes sociais na década seguinte, e com a generalização dos dispositivos móveis nos últimos 15 anos.

Pois bem, estamos a assistir ao começo de uma nova vaga tecnológica. A web3 está aí e vai ter implicações profundas nas atividades de marketing. O impacto económico e social de cada vaga tecnológica tem sido sempre mais rápido e profundo que na anterior, e com a web3 não vai ser diferente. Então, o que é que aí vem?

Artigo completo disponível na Renascença.

Rute Xavier: "Não fui eu..."

Ninguém votou no Chega, mas 1 em cada 5 votaram!

Na realidade todos temos alguém muito próximo que votou Chega. Isso faz-me lembrar a história do “eu não sou racista, até tenho um amigo que é preto”, ou “eu não sou homofóbico, até tenho um amigo que é gay” ou “eu não sou machista, até acho bem que a minha mulher trabalhe”.

A questão é que, sendo ou não sendo, gostando ou não gostando, votando ou não, há um partido que foi democraticamente eleito para mais de 20% dos deputados da Assembleia da República. E não ouvir esse partido é não ouvir o que esses cidadãos, que votaram no Chega, têm para dizer. É ser menos democrático do que o partido que argumentamos ser um partido “não democrático”.

Artigo completo disponível no Observador.

 

Advogado do Diabo com João Borges de Assunção: "Legado é a dívida" e para a reduzir os défices podem ser normais

O economista João Borges de Assunção acredita que, no que toca às finanças públicas, Portugal será melhor governado nos próximos vinte anos do que foi nas últimas duas décadas. Mas isso não significa, necessariamente, que tenha de existir um excedente orçamental todos os anos.

No entender do professor da Católica, "o ideal é o país ter, em termos médios, excedentes, mesmo que pequenos". Ainda assim, a prioridade deve ser reduzir a dívida pública, já que "esse é o legado que deixamos".

Borges de Assunção é o convidado desta semana do videocast Advogado do Diabo. Para o docente universitário, "o normal é haver défices, não há nenhum problema com isso", já que isso ajudará a reduzir o rácio da dívida sobre o PIB para valores abaixo dos 100%. "Enquanto esse problema existir é normal que haja défices".

Artigo completo disponível no Jornal de Negócios.

Fernando Ilharco: "O único método"

A maioria fica presa nas rotinas diárias, nos hábitos, que têm as suas vantagens. A maior delas é dar conta de muitas tarefas e decisões sem ter de pensar a fundo em nenhuma delas. A vida seria difícil se em cada tarefa tivéssemos de ponderar tudo a fundo.

As rotinas assentam em critérios, maneiras de garantir uma qualidade razoável em pouco tempo e com um mínimo de energia. Esta vantagem do hábito, no entanto, é também a sua desvantagem: dificilmente permite que se melhore no que se faz rotineiramente. Quando se melhora não é graças à rotina, a uma repetição despreocupada, mas sim como consequência de um ou outro aspecto nos ter chamado a atenção, nos ter feito concentrar e perceber mais, nos ter levado a aplicar-nos mais e a melhorar.

Nota: Pode ler o conteúdo na íntegra na edição impressa do jornal Negócios de 28 de março de 2024. 

Arménio Rego: "Liderança destrutiva – quem destrói quem?"

Para compreender porque o mundo pode ser (é) um lugar perigoso, é fundamental prestar atenção ao papel das lideranças destrutivas. Mas essa observação é frequentemente enviesada. Sobrestimamos a atuação das pessoas que lideram – e nem sempre nos damos conta do papel dos liderados, ou seguidores. Usarei esta última expressão para significar que alguns líderes são particularmente destrutivos porque são seguidos, de modo mais ativo ou mais passivo, por inúmeras pessoas. Eis a interrogação chave: o que conduz tantas pessoas a seguirem líderes que, estando particularmente centrados nas suas necessidades ou nas da sua clique, operam através da coerção, do medo e da manipulação? A questão releva para o mundo político, mas também para o empresarial. Se dúvidas houver, atente-se a escândalos que semearam destruição na vida de milhares de empregados, clientes, fornecedores, e mesmo comunidades.

A resposta frequente à questão aponta para um malfeitor, ou um bando de malfeitores. Mas a liderança destrutiva também requer seguidores suscetíveis – liderados que, por razões várias, nutrem o “monstro” destrutivo. Cinco grandes tipos, ou perfis, de seguidores exercem esse papel facilitador. Alguns conformam-se e obedecem acriticamente, outros são coniventes e perpetradores ativos da destruição.

Artigo completo disponível na revista LIDER.

João Pereira Coutinho: "Cuidados Intensivos"

A AD VENCEU AS ELEIÇÕES e recusou entendimentos com o Chega. Suspiros de alívio? Longe disso. As vozes mais extremadas da esquerda já só veem o fascismo ao virar da esquina e apelam, palavra de honra, à “resistência”. “Resistência” a quê? Ao bom senso e ao sentido do ridículo, naturalmente: entrincheiradas nos seus casulos, permanecem despertas e à escuta, não vá uma marcha sobre Lisboa apanhá-las desprevenidas.

Qualquer especialista vê aqui sintomas de stress pós-traumático: estado de alerta angustiante; pânico desproporcional; choro fácil. Para as pessoas sãs, o que aconteceu a 10 de Março não tem história. Foi a decorrência normal de se viver numa democracia normal. Para os radicais, foi o início do apocalipse. Pobrezinhos. Por que motivo não ajustam a medicação e consultam os estudos científicos disponíveis?

Nota: Este conteúdo é exclusivo dos assinantes da revista Sábado de 27 de março de 2024.