Fundo António Sardinha

O Fundo António Sardinha agrega em si não só o arquivo pessoal de António Sardinha, mas também a sua biblioteca particular e o recheio do seu escritório. O fundo foi doado à Universidade Católica Portuguesa pela sua viúva Ana Júlia Sardinha em fazes distintas - primeiro a Biblioteca, depois o escritório e o seu arquivo. Entretanto, ao longo do tempo, têm sido feitas doações mais pequenas de documentação, nomeadamente toda a correspondência pessoal de António Sardinha com a sua esposa, Ana Júlia, assim como fotografias e objetos museológicos.

António Maria de Sousa Sardinha (1887-1925) foi um poeta, historiador e político, que se destacou como ensaísta, polemista e doutrinador. Como doutrinador destaca-se o seu papel no movimento por si fundado, que se deu pelo nome de Integralismo Lusitano.

Sendo o tema do Integralismo Lusitano o mais vincado no seu arquivo pessoal, o mesmo revela-se em grupos de tipologias documentais diferentes.  É o caso de correspondência com os seus pares e confrades integralistas, como é o caso de Hipólito Raposo, Luís de Almeida Braga ou José Adriano Pequito Rebelo, mas também, a título de exemplo, Marcello Caetano. Contém ainda centenas de cartas endereçadas à sua mulher, Ana Júlia. Neste arquivo existe ainda uma grande secção de jornais e recortes de jornais destacando-se, por exemplo, A Monarquia, jornal do qual foi diretor, mas também outro tipo de documentação deveras importante para o estudo deste movimento dos inícios do século XX.

No que respeita à sua biblioteca particular, que corresponde a cerca de 6 145 títulos, cuja variedade temática se estende à História, à Igreja Católica, à doutrina monárquica tradicionalista, ou até mesmo temas polémicos com o seu apogeu no século XIX com o Liberalismo, como é o caso da Maçonaria – em alguns casos edições bastante raras. As publicações contempladas nesta biblioteca delimitam-se cronologicamente entre os anos de 1553 até 1992. A cronologia estende-se depois do ano da sua morte, pelas razões de estarem contempladas publicações póstumas de obras de sua autoria, mas também de discípulos e seguidores da sua doutrina, que a sua família recolheu.

Já no que respeita à secção museológica que integra este fundo, a mesma contempla não só o mobiliário do seu escritório, cerâmica de variadas origens, pintura, mas também objetos pessoais, como os seus óculos ou aparos de escrever, por exemplo. Esta secção museológica está disposta numa sala-museu no interior da Biblioteca Universitária João Paulo II, que pode ser visitada.

Os registos bibliográficos das obras da biblioteca deste fundo estão disponíveis no Catálogo Bibliográfico Coletivo das Bibliotecas da Universidade Católica Portuguesa. Para mais informações contacte biblioteca.lisboa@ucp.pt.